A falta de água contribui para a fraca produção agrícola e coloca as famílias cuja base de subsistência é a agricultura expostos à fome. Este é o cenário vivido pelos camponeses do Bairro Guava, na província de Maputo. Segundo eles, “Sem água não há comida”.
Segundo Jaime Agostinho, quando há falta de água, não há produção. Para conseguirem regar os seus canteiros, são obrigados a percorrer longas distâncias, o que acaba sendo mais trabalhoso e contribuindo significativamente para a fraca produção agrícola no local.
Para fazerem face à escassez de água, os camponeses transformam as valas de drenagem existentes em poços de retenção de água, com a qual regam os seus canteiros. Embora seja difícil trabalhar naquelas condições, dizem eles que assim conseguem lidar com o fenómeno.
“As últimas chuvas, para o cenário que vivemos aqui, vieram minimizar a situação, mas não foram suficientes para resolver o problema. O terreno estava muito seco, por isso absorveu toda água da chuva e não conseguimos resolver o problema na totalidade, mas dá para resistir”, disse Agostinho.
Por sua vez, Teresa Alfredo, residente e praticante da actividade agrícola no mesmo local, disse que continua a trabalhar nas machambas do Guava por falta de outro espaço para exercer as suas actividades. A agricultura, segundo ela, é sua única fonte de rendimento.
Aquando das chuvas da época chuvosa 2018-2019, os camponeses do Bairro Guava lamentavam a falta de valas de drenagem para o escoamento das águas das chuvas que inundaram os seus campos de produção. Paradoxalmente, neste momento, reclamam a falta de condições de produção, devido à falta do precioso líquido. Por isso, pedem apoio do Governo distrital de Marracuene, com vista a atenuar a situação, uma vez que a agricultura constitui a base de subsistência de várias famílias.
“Sem água não temos condições para trabalhar. Como nada mais confiamos, vamos persistindo até que o cenário mude, mas não é fácil. Passamos fome; o que produzimos não tem qualidade para vender; produzimos somente para alimentação e não para a venda, o que cria nos mais prejuízo”, disse Teresa Alfredo Camponesa e residente no Guava.