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Loureço Banze
Agricultores protestam pagamento de cotas sem retorno  

O pagamento de cotas anuais sem retorno á União das Associações dos Agricultores (UAA), inquieta associações do Vale do Infulene, na cidade de Maputo.

São entre 20 e 30 associações com mais de 250 membros que praticam actividades agrícolas na baixa do Rio Mulauza todas sobre tutela da UAA, numa extensão que compreende cerca de 8km, que inicia no Bairro do Zimpeto á portagem de Maputo e Matola. 

Loureço Banze – Secretário da Associação Sobra das Enxadas, desabafou ao EntreCAMPOS a sua indignação sobre a constante canalização de cotas sem retorno.

“Passam cinco anos que recebemos uma lata de 250 grama de sementes, como ajuda á nossa Associação de pelo menos 435 membros. Canalizamos anualmente 2 500mt de cotas, mas nunca tivemos auxílio. Passamos necessidades, mas não temos onde pedir socorro”, desabafou.

A falta de apoio faz-se sentir mais na aquisição de insumos agrícolas para dinamizar a produção e produtividade, sendo o seu custo como o maior obstáculo da produção agrícola.

Segundo o secretário, reduzir o valor de compra de sementes, baixar o valor da compra de insumos e facultar o acesso ao crédito é um contributo valioso para dinamizar a produção e produtividade.

Para Adelaide Amelia – membro da mesma associação, fazer agricultura actualmente tornou-se uma verdadeira dor de cabeça, na medida que o custo dos insumos agrícolas fica cada vez mais elevado.  

“A agricultura é a minha actividade principal há 20 anos. Há muito tempo não era tão difícil assim trabalhar, mas agora, desde que o custo de vida e, consequentemente, o valor de insumos aumentou, fazer agricultura tornou-se um calcanhar de Aquiles para o campesino”, reiterou.

Um litro de fertilizante para combater a mosca branca custa entre 10 à 18mil meticais, o outro para misturar custa mais ao menos 8 mil meticais, nas lojas vendedoras de insumos, isso, para Banze, impossibilita os avanços do sector da agricultura familiar.  

“A produção agrícola só é possível com as facilidades de acesso aos recursos. O crescimento do sector agrário depende das políticas, facilidades e apoio oferecidos aos actores do sector, sem isso, o desenvolvimento da agricultura, principalmente, familiar pode se dizer que ainda é uma utopia”, desabafou.

Esperamos trazer, nas próximas edições, o desenvolvimento do assunto depois de ouvir os responsáveis das associações UAA e ACRIVERDE, líderes das 20 associações do distrito de KaMubukwana.

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