Em Marracuene: Venda informal de peixe na origem do fracasso do comercio formal

A falta de fiscalização da venda informal de mariscos prejudica o comércio legal de peixe, na vila do distrito de Marracuene – província de Maputo.

Os vendedores de mariscos do mercado de peixe, em Marracuene, clamam pela fiscalização para desencorajar a venda informal do pescado.

De acordo com Rosa Lapupene, vendedora naquele espaço comercial, a falta de fiscalização com vista a impedir o comércio informal do peixe é a razão do fracasso das vendas no mercado.

“Estamos a tentar manter o negócio, mas não está a ser fácil devido ao comércio informal. Os clientes, que deviam comprar o produto no mercado, compram na esquina e nós ficamos aqui a espantar moscas. Embora o negócio esteja deficiente, nunca falhamos de pagar o imposto”, disse.

Lapupene disse ainda ao EntreCAMPOS que por mais que adoptem estratégias de venda inclusiva dentro do mercado, enquanto existirem locais ilegais de venda de peixe, espalhados pela vila, o negócio continuará enfraquecido.

“Temos limite de 10 kg por espécie para cada pessoa vender aqui dentro do mercado. Isso é para permitir que quando um acaba comprem no outro, mas, mesmo assim, enquanto existir comércio informal do peixe as vendas serão fracas”, reiterou.

Já Custódio Cândido Boane, gestor daquele mercado, a fiscalização para impedir os locais ilegais de venda de peixe é responsabilidade dos Serviços Distritais das Actividades Económicas (SDAE) de Marracuene. De acordo com a fonte, há que se desencadear uma actividade profunda e constante, para acabar com a prática destas actividades nocivas ao comércio formal de mariscos no distrito.

Contactado o SDAE, João Sebastião Mbembele, diretor da instituição, esclareceu que uma acção com vista a impedir o comércio informal no distrito esteve sempre presente.

“Estivemos sempre activos em termos de vigilância aos locais de prática de actividades informais. O mercado de peixe foi construído especialmente para colmatar esse problema, mas, como todos sabemos, este é um dos desafios mais difíceis de superar”, lembrou.

O dirigente reitera a necessidade de auto responsabilização nos actos indesejados que prejudicam os outros, visto que “comprar peixe na rua, embora reduza o tempo de ir ao local adequado e seguro, prejudicando os vendedores formais, tem seus riscos e desvantagens”.

“Além da higiene, há que olhar também para questões ligadas à qualidade do próprio produto aliado ao preço. Comprar produtos na rua tem benefícios imediatos, mas pode causar outros problemas graves no futuro”, concluiu.

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